segunda-feira, 16 de julho de 2018

BIOQUESTÕES - BRIÓFITAS

01. (UECE-2018) Em relação às briófitas, plantas avasculares, é correto afirmar que:

(A) as espécies terrestres apresentam tamanho variado, chegando até uma altura de 5m, de acordo com o ambiente em que vivem.
(B) sua reprodução é assexuada e caracterizada pela alternância de gerações.
(C) vivem geralmente em ambientes úmidos e sombreados, como troncos de árvores, barrancos e pedras.
(D) seu corpo é composto por raiz, caule, folhas, flores e frutos secos.

02. (PUC/RS-2003.1) Responder à questão preenchendo com V (verdadeiro) ou F (falso) os parênteses correspondentes às afirmativas sobre os musgos:

(    ) Pertencem ao grupo das briófitas.
(    ) São seres vivos heterotróficos absortivos.
(    ) São desprovidos de traqueídeos.
(    ) Preferem solos secos e frios.
(    ) São parentes das hepáticas.

A sequência correta, resultante do preenchimento dos parênteses, de cima para baixo é:

(A) F – F – V – V – V.
(B) F – V – F – V – F.
(C) V – F – V – F – V.
(D) V – V – F – V – V.

(E) V – V – V – F – F.

03. (UEL/PR-95) O pequeno porte das briófitas deve-se, fundamentalmente, à falta de:

(A) Estruturas para absorção de água e sais.
(B) Tecidos condutores de seiva.
(C) Alternância de gerações.
(D) Reprodução sexuada.

(E) Flores.

04. (UEFS/BA-2009.1) A restrição das briófitas a ambientes úmidos também está ligada ao fato de elas dependerem da água para a reprodução sexuada, pois seus gametas masculinos, chamados anterozoides, são flagelados, deslocando-se apenas em meio líquido. Ao atingir o gameta feminino, chamado oosfera, forma ao zigoto, que é imóvel.

(LOPES, 2008. p. 444).

Em relação à adaptação dos grupos vegetais ao ambiente terrestre ao longo de sua história evolutiva, pode-se considerar:

(A) As briófitas, apesar da presença de algumas limitações, desenvolveram densas florestas no ambiente terrestre anteriormente ao advento do grupo das pteridófitas.
(B) A solução desenvolvida pelas pteridófitas para resolver as limitações, em relação à reprodução sexuada, consistiu no desenvolvimento de estruturas específicas para a fecundação, como, por exemplo, os estróbilos.
(C) A etapa do ciclo de vida das briófitas que apresenta a produção de gametas é considerada transitória devido às limitações reprodutivas presentes nesse grupo vegetal.
(D) O zigoto formado no grupo das fanerógamas está sempre acompanhado de uma estrutura de proteção e dispersão do embrião denominada de fruto.

(E) A ausência de vasos condutores nas briófitas também é considerada como um dos fatores limitantes na adaptação ao ambiente terrestre devido à pouca eficiência desse grupo na captação e transporte de água em solos onde o lençol freático é mais profundo.

05. (PUC/RS-2000) São vegetais que apresentam estruturas chamadas rizoides, as quais, servindo à fixação, também se relacionam à condução da água e dos sais minerais para o corpo da planta. Apresentam sempre pequeno porte, em decorrência da falta de um sistema vascular. Nenhum dos seus representantes é encontrado no meio marinho. O texto acima se aplica a um estudo:

(A) das pteridófitas.
(B) dos mixofitos.
(C) das briófitas.
(D) das clorofitas.

(E) das gimnospermas.

06. (UFT/TO-2010) As briófitas são plantas avasculares de organização estrutural relativamente simples e apresentam alternância de gerações, na qual:

(A) A geração diploide, denominada gametófito, constitui a parte dominante do seu ciclo de vida.
(B) A geração haploide, denominada esporófito, constitui a parte dominante do seu ciclo de vida.
(C) A geração haploide, denominada gametófito, constitui a parte dominante do seu ciclo de vida.
(D) A geração diploide, denominada esporófito, constitui a parte dominante do seu ciclo de vida.

(E) A geração haploide, denominada esporângio, constitui a parte dominante do seu ciclo de vida.

07. (PUC/MG) São características das briófitas:

(A) Fase gametofítica dominante, esporófito dependente do gametófito, fecundação dependente da água.
(B) Fase esporofítica dominante, gametófito dependente do esporófito, fecundação dependente da água.
(C) Fase gametofítica dominante, esporófito independente do gametófito, fecundação independente da água.
(D) Fase esporofítica dominante, gametófito independente do esporófito, fecundação independente da água.

(E) Fase gametofítica dominante, esporófito reduzido a uma célula gamética, fecundação independente da água.

08. (UFERSA/RN-2008) “Numa floresta mágica, a pequena fadinha descansava sobre uma extensa rocha recoberta por um macio veludo vegetal. Ali ela se encontrava com seus amigos insetos depois de seus atribulados dias”. O “veludo vegetal” citado no trecho desta fábula se assemelha na vida real a uma camada de:

(A) briófitas.
(B) pteridófitas.
(C) gimnospermas.
(D) angiospermas.

09. (FUR/RN) No ciclo vital das briófitas, como os musgos e as hepáticas, são consideradas as seguintes etapas:

I. Produção de esporos.
II. Fecundação.
III. Produção de gametas.
IV. Esporófito.
V. Protonema.

A sequência correta em que essas etapas ocorrem é:

(A) II, V, IV, I e III.
(B) II, III, I, IV e V.
(C) III, II, IV, I e V.
(D) V, III, IV, I e II.

(E) III, IV, I, II e V.

10. (IFBA-2016) Musgos são plantas extremamente pequenas, não ultrapassando a altura de poucos centímetros. Estas plantas parecem formar um tapete verde nos troncos de árvores, em folhas ou em rochas. Diferente do que descrevem histórias de ficção científica, musgos gigantes não poderiam ocorrer de fato na realidade. Escolha a alternativa que descreve o motivo que impede esses seres de atingirem grandes tamanhos.

(A) Lentidão no processo fotossintetizante.
(B) Impossibilidade de produção de amido para consumo.
(C) Lentidão de condução de seivas em grandes distâncias.
(D) Pouca produção de hormônios de crescimento do caule.

(E) Pouca produção de glicose para um crescimento satisfatório.


GABARITO

01 - C     02 - C     03 - B     04 - E     05 - C     06 - C     07 - A     08 - A     09 - C     10 - C

quinta-feira, 31 de maio de 2018

DOENÇA DE CHAGAS

TRIPANOSSOMÍASE AMERICANA
(DOENÇA DE CHAGAS)

1. INTRODUÇÃO

Moléstia diretamente ligada às condições socioeconômicas humanas, constituindo-se em um dos mais sérios problemas médicos brasileiros. Estima-se que nosso país tenha hoje cerca de 8 milhões de chagásicos, principalmente na zona rural. São pessoas que provavelmente terão sobrevida reduzida, pois muitos doentes falecem em torno de 30 ou 40 anos de idade. A doença começou a ser pesquisada no início do século XX pelo brasileiro Carlos Chagas, que também descobriu e descreveu seu causador, seus transmissores e reservatórios naturais e ainda parte da sintomatologia.

2. AGENTE ETIOLÓGICO

O protozoário causador da doença de Chagas é o flagelado Trypanosoma cruzi. Seu nome, dado por Carlos Chagas, é uma homenagem prestada ao médico Dr. Oswaldo Cruz. São protozoários encontrados no intestino de diversas espécies de triatomíneos, insetos popularmente conhecidos como barbeiro.


3. VETOR

O protozoário é transmitido ao homem por um inseto hematófago conhecido popularmente como barbeiro, chupão, bicudo, fincão ou chupança, que são nomes populares dados a uma série de diferentes gêneros de insetos, dos quais o mais conhecido é o Triatoma. Este, tempos atrás, era habitante de matas no interior ainda não colonizado e sugava o sangue de animais silvestres como o tatu, o gambá e a cutia. Com o desbravamento do interior do País, matas foram destruídas e o homem começou a construir precárias habitações de sapé e pau-a-pique, em cujas paredes, cheias de frestas, os insetos passaram a fazer seus ninhos. Sua fonte de alimento também se alterou e ele passou a utilizar o sangue de animais domésticos, como o cão e o gato, além, é claro, do próprio homem, iniciando sua contaminação. Assim nasceu a doença de Chagas humana. De hábitos noturnos, os barbeiros hoje distribuem-se principalmente pelos Estados do nordeste e centro-oeste do País, além do interior de Minas Gerais. Não são comuns no Estado de São Paulo devido às bem sucedidas campanhas de erradicação.


ATENÇÃO! Entre as espécies de triatomíneos que são os principais vetores da doença de Chagas no Brasil estão o Triatoma infestans e outros dos gêneros Panstrongylus e Rhodnius.


4. LOCAL DE AÇÃO

No organismo humano, o Trypanosoma cruzi pode ser encontrado no sangue circulante, em sua forma tradicional alongada e dotada de flagelo livre, e nos tecidos muscular (sobretudo cardíaco) e nervoso, em que se apresenta com forma esférica e sem flagelo livre. No inseto, formas do protozoário são encontradas sobretudo no intestino.


ATENÇÃO! Além da cardiopatia chagásica, são comuns os chamados megas: megaesôfago (aumento anormal do esôfago) e megacólon (aumento anormal do intestino grosso). Em ambos os casos, a destruição das fibras musculares lisas causa obstrução do interior oco desses órgãos, sendo necessária a remoção da porção obstruída. Por falta de movimentos peristálticos, ocorrem soluço e regurgitação - inclusive de fezes.


5. CICLO BIOLÓGICO

Quando o barbeiro, no seu hábito hematófago, ingere o sangue de uma pessoa doente ou de um animal que seja reservatório natural do Trypanosoma cruzi, as formas parasitárias se desenvolvem em seu tubo digestivo até atingirem a porção posterior do intestino. Normalmente, um barbeiro torna-se transmissor do protozoário cerca de 20 dias após adquiri-lo via alimentação, podendo permanecer assim por toda a vida, que dura aproximadamente um ano.


Ao sugar o sangue de uma pessoa sadia, o inseto deposita suas fezes na pele lesada e os protozoários alcançam a corrente sanguínea. Podem atingir diferentes tecidos corporais, nos quais se reproduzem, rompem as células e retornam à corrente sanguínea, alcançando novos tecidos. Dez a quinze dias após a contaminação, a doença atinge sua fase mais aguda e o número de parasitas no sangue torna-se tão alto que pode levar o indivíduo à morte. Se a quantidade de protozoários diminuir por ação do sistema imunológico, o doente entra na fase crônica e nela pode permanecer por muitos anos.


6. TRANSMISSÃO

A forma comum de transmissão da doença de Chagas é pela penetração do protozoário, presente nas fezes do barbeiro, quando existem lesões na pele da pessoa. Entretanto, outras formas de transmissão já foram constatadas. Em regiões onde a incidência da moléstia é alta, transfusões utilizando sangue de doadores contaminados são freqüentes e vários casos da doença foram registrados com essa origem. A transmissão congênita, ou seja, da mãe doente para o feto através da placenta também pode ocorrer, podendo provocar aborto ou morte da criança. O parasita também já foi encontrado no leite materno e pode contaminar os bebês em fase de amamentação, se houver lesões em sua boca ou no tubo digestivo.



OBSERVAÇÃO - DEVEMOS FICAR ATENTOS NOS ALIMENTOS!




7. SINTOMAS

A contaminação pelo protozoário se caracteriza por manifestações típicas nas regiões do corpo por onde houve a entrada do parasita. O chagoma é uma inflamação que surge no local da pele por onde o Trypanosoma cruzi penetrou, enquanto o sinal de Romaña resulta de infecção do globo ocular, com grande inchaço das pálpebras. Aliás, na fase aguda que se segue à contaminação, reações inflamatórias são comuns devido à multiplicação intracelular do parasita, o que provoca mobilização do sistema imunológico. Pode se seguir um período de latência de duração variável (10 a 20 anos), sem grandes manifestações, e o chagásico entra na fase crônica, quando começam a surgir os problemas cardíacos e intestinais. Insuficiência cardíaca, cardiomegalia (dilatação do coração), problemas na formação e condução dos estímulos cardíacos, megaesofagia (dilatação da parede do esôfago) e megacolia (dilatação da parede intestinal) são os aspectos mais freqüentes, que podem levar à morte.

2. MEDIDAS PROFILÁTICAS

A transmissão da doença de Chagas está intimamente ligada às péssimas condições habitacionais em que vive boa parcela de nossa população, sobretudo no meio rural. A melhoria das habitações, com a construção de casas de alvenaria ou a reforma das casas já existentes, com o preenchimento das frestas com reboque, seriam medidas fundamentais. O combate ao barbeiro, com campanhas de erradicação como as realizadas no Estado de São Paulo, que reduziram grandemente o número de casos da doença por esta via de transmissão, seria outra medida importante. A utilização de telas nas janelas e redes de filó sobre as camas são paliativos que podem ser adotados enquanto não se consegue a erradicação definitiva do inseto. Estuda-se o combate ao barbeiro através de uma técnica de controle biológico que consiste na utilização de um fungo parasita ou de um pequeno inseto cujas larvas destroem os ovos do barbeiro. O controle das doações de sangue em hospitais e bancos de sangue é decisivo para prevenir a contaminação por uma via que ganhou importância nos últimos anos. A doença de Chagas não tem cura e seu tratamento ainda é ineficaz, reforçando a necessidade de medidas profiláticas adequadas.


Moradia típica das regiões rurais conhecida como cafuas ou casas de pau a pique.

- Condições de moradia;

- Combate ao inseto transmissor;

- Educação sobre o modo de transmissão e métodos preventivos;

- Uso de telas em janelas;


- Uso de mosquiteiros sobre as camas (redes de filó);


- Uso de inseticidas;


- Controle da qualidade dos sangues usados nas transfusões.








quarta-feira, 30 de maio de 2018

Gênios da Ciência - Biologia e sua história



CARLOS CHAGAS, O PESADELO DAS DOENÇAS TROPICAIS



Vamos falar aqui um pouco mais daquele que talvez seja o mais famoso entre todos os grandes da área médica, ou seja, um dos brasileiros mais premiados e reconhecidos em sua área aqui no país e ainda mais no exterior, sendo doutor honoris causa da Universidade de Harvard e da Universidade de Paris.

Nosso personagem descobriu um protozoário – que nomeou em homenagem ao colega Oswaldo Cruz – responsável por uma grave doença que leva seu sobrenome. Foi o único cientista na história da medicina a ter estudado e feito a descrição completa de uma doença, incluindo todas as fases: o patógeno, o vetor, os hospedeiros, as manifestações clínicas e a epidemiologia. Esse entendimento tão vasto foi essencial para o combate dessa moléstia.


GÊNIOS DO BRASIL: CARLOS CHAGAS


Carlos Chagas nasceu no interior de Minas Gerais, na cidade de Oliveira, no dia 9 de julho de 1879. Filho de fazendeiros de origem portuguesa, Chagas foi influenciado pelos tios, todos formados em São Paulo, a seguir a carreira na medicina após ter estudado um tempo em Itu, no interior de São Paulo, e ter voltado para Minas Gerais. Tentou ingressar no curso de Engenharia na Escola de Minas de Ouro Preto, mas a vida boêmia fez com que não passasse na prova de admissão (para o bem da ciência, provavelmente).

Seu retorno para a cidade natal e o renovado contato com seus tios – um deles mais especificamente – despertaram novamente o interesse pela medicina, e Chagas ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, hoje parte integrante da UFRJ, no ano de 1897. Para concluir sua tese, buscou ninguém menos que Oswaldo Cruz no Instituto Soroterápico Federal. Acabou conseguindo não apenas orientação, mas também um emprego e um mestre que viria a se tornar um grande amigo.

Chagas formou-se em Medicina em 1903 e saiu de lá já com certa experiência em algumas áreas, dentre elas a infectologia. Estudou muito sobre a malária, uma das doenças que mais faziam vítimas em localidades tropicais – como o próprio Brasil –, e seguiu nesse campo para desenvolver sua tese. Declinou o convite de Oswaldo Cruz para continuar no Instituto e foi trabalhar em Niterói, no Hospital Jurujuba, enquanto continuava suas pesquisas em um laboratório particular na capital do país.

Carlos Chagas e pacientes do Hospital Evandro Chagas


NO CAMINHO CERTO

A vida de Carlos Chagas após estar formado foi bastante agitada – foi aí que começaram suas pesquisas mais importantes. Enquanto ainda funcionário do Instituto Soroterápico Federal, foi responsável pelo controle da malária em Itatinga, interior de São Paulo, com sucesso inédito.

As medidas que tomou se tornaram referência no combate à doença em todo o mundo. Em 1906, Chagas retornou ao Instituto Soroterápico Federal – que viria a ganhar o nome de Instituto Oswaldo Cruz em 1908 – para lidar com a malária em toda a Baixada Fluminense, mas a descoberta que o tornaria famoso até hoje só aconteceu a partir de 1907.

Ainda em busca de controlar a malária em pequenas cidades do interior do Brasil, dessa vez em Minas Gerais, às margens do rio São Francisco, o cientista teve contato com o que veio a ser conhecido como Doença de Chagas. Ele descobriu não apenas o protozoário que causa a moléstia – que batizou como Trypanosoma cruzi em homenagem a Oswaldo Cruz –, mas também o inseto que transmite a doença, o famoso barbeiro, nome popular do Triatoma insfestans.

Carlos Chagas recebe a visita do presidente Washington Luis


SALVANDO VIDAS

Essa foi a maior descoberta do cientista: ao aprofundar-se na pesquisa da doença que viria a ganhar seu nome, foi capaz de salvar muitas vidas e entre elas tem destaque a menina Berenice, o primeiro ser humano no qual Chagas estudou os sintomas da moléstia. Com apenas 9 meses de idade, a menina havia sido infectada pelo Trypanossoma cruzi por meio da picada do barbeiro, mas foi curada graças aos cuidados do cientista e morreu só com 82 anos.

A descoberta de todas as fases da doença e seu tratamento quase rendeu ao médico o Prêmio Nobel de Medicina no ano de 1921. Ainda hoje, cerca de 18 milhões de pessoas sofrem da Doença de Chagas e têm alguma chance de retomar a saúde graças ao cientista.

Carlos Chagas com familiares e colegas de trabalho


ANDANDO PELO BRASIL

Para aprofundar o estudo e a pesquisa das doenças tropicais, o Instituto Oswaldo Cruz enviou diversos de seus colaboradores para vários cantos do Brasil com o intuito de identificar e esmiuçar novos tipos de moléstias. Carlos Chagas esteve na Amazônia e visitou populações ribeirinhas do Rio Amazonas, além de comunidades de trabalhadores em extração de borracha.

Além de ter descoberto plantas potencialmente medicinais na floresta e analisado mais de perto epidemias como a malária, que era especialmente forte na região, Chagas foi responsável por alertar as autoridades brasileiras em relação ao saneamento rural, extremamente crucial para se evitar grandes epidemias fora dos centros urbanos brasileiros.

Carlos Chagas também foi o responsável pelo controle da Gripe Espanhola, uma forma de gripe que assolou a humanidade e chegou ao Brasil no ano de 1918, especialmente pelos portos do Rio de Janeiro e de Santos. A doença fez 11 mil vítimas letais no país e chegou a afetar dois terços da população da então capital. O médico tomou providências cruciais para que a catástrofe não fosse maior.

O cientista atende criança supostamente com a Doença de Chagas


CHEFIANDO O INSTITUTO

Com a morte de seu amigo e orientador Oswaldo Cruz, Carlos Chagas foi nomeado diretor do Instituto Oswaldo Cruz e seguiu o direcionamento dado por seu antecessor, usando como exemplo o Instituto Pasteur, em Paris, e focou em pesquisa e, claro, educação. O médico deu bastante atenção às áreas rurais do país, muito carentes de saneamento básico e mais frágeis em relação a epidemias de doenças. No Instituto, Chagas recebeu a visita de ninguém menos que o físico Albert Einstein.

Além de exercer sua função como diretor do instituto, Chagas foi nomeado pelo presidente Epitácio Pessoa para o cargo de diretor-geral de saúde pública, algo equivalente a ministro da Saúde hoje em dia. Sua administração é reconhecida como uma das melhores na área até hoje, tendo o médico estimulado a criação de institutos de saúde e escolas de medicina em várias regiões do Brasil.


Albert Einstein visita o Instituto Oswaldo Cruz


FIM DE UMA HISTÓRIA

Morando na cidade do Rio de Janeiro, Carlos Chagas faleceu no dia 8 de novembro de 1934, com apenas 55 anos. Deixou como legado sua batalha incansável contra as epidemias tropicais e, especialmente, a preocupação que tinha com os pobres e humildes do interior do país, quem corria os maiores riscos de doença pela falta de saneamento básico.

Chagas foi premiado em inúmeros países por suas contribuições para a medicina, a bacteriologia e a epidemiologia e pode ser considerado um dos gênios brasileiros que mais colaboraram mundialmente para algo com o que se importava muito: o bem-estar do ser humano.


REFERÊNCIA:

TECMUNDO. Gênios do Brasil #7: Carlos Chagas, o pesadelo das doenças tropicais. c2018. Disponível em: <https://www.tecmundo.com.br/ciencia/129762-genios-brasil-7-carlos-chagas-pesadelo-doencas-tropicais.htm>. Acesso em: 31 maio 2018.


Pensamento do dia

Fonte: https://twitter.com/fol/status/540514457789956097

terça-feira, 29 de maio de 2018

Sobre o autor

Prof. Ed Alves
  • Licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade de Pernambuco - UPE;
  • Professor de Biologia na rede particular da Região Metropolitana do Recife;
  • Professor da Secretaria da Educação do Estado de Pernambuco.

Definição de Biologia

Biologia

substantivo feminino

bio ciência que estuda a vida e os organismos vivos, sua estrutura, crescimento, funcionamento, reprodução, origem, evolução, distribuição, bem como suas relações com o ambiente e entre si; biociência, ciências biológicas [Compreende várias outras ciências especializadas, como, por exemplo, a ecologia, a bioquímica, a genética, a zoologia e a botânica.].

Fonte: Dicionário web